19/06/11












Tenho-me deparado, nestes últimos dias, (em tudo graças ao Facebook) com algumas pessoas que já foram minhas amigas, a quem já me dei muito, com quem imaginei passar o resto da vida a partilhar experiências, pessoas que entraram num determinado momento da minha vida, sem as quais, aliás, nada teria sido tão engraçado, tão divertido ou tão fácil de ultrapassar, mas que, com o passar do tempo e sem nenhuma razão em particular, acabaram por desaparecer e com as quais hoje não tenho ligação absolutamente nenhuma. Assim mesmo, de forma fria e seca: nenhuma. Ao contrário do que seria expectável, não fico com saudades, não fico com pena. Entendo que há pessoas que entram e saem, vêm e vão, umas ficam, outras não, sem rancores nem mágoas. Nem considero, sequer, que só ficam as que são verdadeiramente boas ou espectaculares. Acredito, ao invés, que às vezes há pessoas verdadeiramente boas ou espectaculares que seguem outros caminhos e que acabam por afastar-se, ou então até somos nós que seguimos outros caminhos e acabamos por afastar-nos não deixando, por isso, de ser o que somos, nem nós nem elas. O que as recordações destas pessoas, ao rever a imagem delas e ao relembrar os momentos passados num antigamente ainda recente, mas que parece tão distante, me faz mesmo é questionar se a minha vida seria a mesma se não nos tivéssemos afastado. Onde estaria agora? O que estaria a fazer? Como teria sido? Seria a mesma? Ou já era suposto ser assim?

É que, assim de repente, consigo imaginar umas quantas que foram ficando pelo caminho. Da escola primária, da básica, do secundário, da faculdade, de outros trabalhos. E, embora elas permaneçam na minha memória, dificilmente voltarei a sentir por elas o que senti, a viver com elas o que vivi, a vê-las com os mesmos olhos ou a ter delas o que tive em épocas passadas. O mais extraordinário é que este é um processo constante e nessa relação proporcional entre perder pessoas/ganhar pessoas é-me perfeitamente possível distinguir aquelas que há 1 mês eram qualquer coisa e que agora não passam de qualquer nada. E é sempre assim.

 
Não me arrependo de ter seguido caminhos diferentes, não mudava caminho nenhum se pudesse voltar atrás. Mas faz-me confusão pensar que as pessoas que hoje são tão especiais, amanhã podem não passar de memórias assim, frias e secas, do que já foram.

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