Conheço um casal que namora há relativamente pouco tempo. Ele era casado há um ano. Ela era doida por ele.
Sem conhecer grandes detalhes da história, soube que ele se divorciou para ficar com ela, não antes de ter tentado salvar a outra relação e não depois de se ter crucificado pelas implicações que uma decisão deste tamanho abraça.
Talvez tivesse julgado e condenado noutra altura, sem saber que o amor pode acontecer a qualquer um, mesmo quando damos como certo que já o encontrámos. Noutros tempos, talvez tivesse perdido, um bocadinho mais, a crença nas uniões matrimoniais ou na jura de fidelidade eterna.
Agora, e apesar de tudo, seja ou não só infantil, não deixo de ver uma história de amor, ainda que imprevisível, ingrata ou tortuosa.
Ninguém conhece o dia de amanhã.
Ninguém sabe se amanhã somos nós a largar tudo por alguém, ainda que esteja toda uma vida para trás.
No fundo, toda uma vida está para a frente também.
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